segunda-feira, abril 18

Para quê procurar por uma supervisão grupal? Falando em co-supervisão

Caros colegas, como sabem oferecemos um serviço de supervisão clinico-institucional em grupo. Porém, não sabem muito mais que isso, além de uma ou outra indicação ou mesmo artigo. O trabalho é feito em co-supervisão e a circunstância dos encontros de trabalho com nossos grupos, que têm se intensificado, me dispõem agora para uma série de posts que pretendo trazer em discussão. Certamente por agora ter,  após alguns anos, o quê falar - simplesmente é terrível ter que falar sem ter algo a dizer.

Recentemente, o texto O analista e seus afetos de Jô Gondar pôde dar uma contribuição muito importante à respeito de nosso  acompanhamento destes profissionais e de seu envolvimento com esta formação que escolheram fazer ou dar continuidade, já que constituir uma clínica permeia produzir um campo de afetabilidade de modo muito singular - proprosta da autora. Ademais, o que percebe-se é que isto está para além do fato de se tratar "apenas um ou dois casos clínicos" ou mesmo de " nenhum caso". Sim, chegar à equipe sem ter iniciado atendimento algum também é uma escolha frutífera. 

Para conduzir esta série nova de posts, como de costume, atualizo as video aulas com nosso mestre Ulpiano e, não trivialmente, suas leituras sobre espinoza. Pessoas tais quais estas que falamos me motivam muito a cuidar mais do que fazemos, no como e no para que fazemos - e para quem teve oportunidade de ler a Jo Gondar saberá da necessidade deste vídeo, sem dúvida, assim também como os que tratam da estética da existência, e seguem-se aquele.  Tanto é assim que pretendo vincular a resposta ao nosso título a uma só palavra: "liberdade", e  a processualidade de nossos grupos ao que chamarei de "campo afetivo".

Em outras palavras, pretendo conversar sobre o que a experimentação da co-supervisão em grupo pode nos trazer sobre a temática da supervisão tendo como elemento de fundo a palavra deste filósofo e da psicanalista.
Jamais falavamos online deste nosso dispositivo clínico - a supervisão clínico institucional em grupo. Muito embora sempre enfatizemos a necessidade de não se agir exclusivamente pela urgência, como muitas vezes se vê, o impulso ou as circustâncias justamente levam ao encontro com um supervisor. Ainda que  se encontrar entre outros seja uma possibilidade para qualquer um ou grupo de pessoas, e isso não deve ser desprezado, sabemos que também não garante a manutenção da atividade supervisora. Não vêm ao caso dizer o porquê de não funcionar, mais do quê como poder viabilizá-la .

Então, estaria tudo vinculado a figura de um mestre, centalizadora, a quem reportaríamos nossas dificuldades e através do quem estas se afastaríam? Afastar-se do erro é o elo que nos vincula ao processo da supervisão, seja ele entre duas ou mais pessoas? Devo dizer, mesmo com alguma autonomia já conquistada em nosso tipo de dispositivo grupal, uma atitude supervisora pode ser vinculada tanto a uma pessoa quanto a um grupo e ainda assim se tornar improfícua. A emergência/sugimento em contraponto a emergência/urgência visa não necessariamente uma garantia, mas um ethos de liberdade.

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